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Conversão de S. João de Deus
20 of January of 2025
João de Deus encontra-se com Jesus
Foi um encontro de duas pessoas, preparado por João de Ávila, mas entre João de Deus e Jesus.
Para João foi uma surpresa. Após o sermão de 20 de janeiro de 1538, João corre pelas ruas a gritar por misericórdia: “Senhor, misericórdia!”.
Um ego a tornar-se indigente. Dá livros e roupa, uma coisa sente precisar, perdão; penitencia-se como pecador e pede a pena do castigo. Só pode ser louco, pensam os alheios ao seu encontro de renascido. Não entendendo, alguns rapazes divertem-se com ele. Os compadecidos levam-no ao pregador que já vivia a experiência do encontro pessoal com Cristo e entendia que João vivia a louca sabedoria por Cristo, como Saulo após o encontro à porta de Damasco.
Alguns compadecidos convenceram-se que João precisava era dos cuidados do Hospital e não da hospitalidade misericordiosa de Cristo. Se era pecador-doente a cura estava nas chicotadas, a horas certas. Tudo isto é histórico. E João, (qual loucura?), sabe que é pecador e queixa-se não dos maus-tratos que recebe, mas dos feitos aos companheiros, “meus irmãos”.
João de Ávila sabe do que ele precisa e manda-lhe um padre amigo para lhe assegurar a misericórdia de Deus. João encontra paz e cuida dos companheiros e reza: “Senhor, que eu possa ter um hospital em que assista estes doentes, como eles precisam” (CASTRO (1985), cap. VII).
Deus era muito bom hospitaleiro para ele, pecador. Porque não devia ser ele bom hospitaleiro com os outros? Passadas semanas, pediu alta e saiu com atestado de “cura”. Após muita oração a Nossa Senhora em Guadalupe e na Catedral, João descobre como irmãos os miseráveis a morrer nas ruas.
O dom da Hospitalidade
Vejam. Vivia em Granada há tempos e não os via, porque ainda não tinha vivido o toque da luz de Cristo. Como só agora os vê? Porque o Senhor é bom para com ele, aquece-o com o seu amor e já vê os seus irmãos com o coração. Acolhido pelo Pai misericordioso fica curado por Jesus Cristo, é um ferido curado que cura, recebe o dom de hospitalidade divina e agradece-a a acolher os da rua; recebeu a revelação de que os pobres, doentes, miseráveis e pecadores a quem ama, perdoa e faz o bem são seus irmãos.
Vive um triângulo de hospitalidade: Jesus que deu vida por ele, ele a agradecer como hospitaleiro; e todos a quem pede: “fazei o bem a vós mesmos”, oferecei bens e serviço aos mais frágeis. Que maravilhoso triângulo de recebe-e-dá hospitalidade, chamada Ordem e Família de S. João de Deus que “muda a vida das pessoas que começam a ser cristãs” (Bento XVI).
Irmão Pe. Aires Gameiro, O.H.
Fontes: As seis Cartas do Santo (1544-1550); Documentação do Pleyto, 1572; Biografia do Santo de Francisco de Castro 1585; Gomez-Moreno, San Juan de Dios. Primícias históricas suyas, Dispuestas y comentadas, Madrid, 1950.