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Jubileu do Voluntariado: Celebrar, servir e transformar
08 of March of 2025
O Jubileu do Mundo do Voluntariado é um momento de celebração e reflexão sobre o impacto de quem dedica o seu tempo a ajudar o próximo. No Instituto S. João de Deus (ISJD), o voluntariado é mais do que um gesto de solidariedade – é uma missão que transforma vidas e fortalece valores humanos e cristãos.
Entrevistámos a Raquel Martins, colaboradora do ISJD-Barcelos, que de forma inspiradora nos ajudou a mergulhar na essência do voluntariado, na importância deste Jubileu e no papel fundamental dos voluntários no Instituto.
O que representa, para si, o Jubileu do Mundo do Voluntariado?
O Jubileu do Mundo do Voluntariado é uma celebração de louvor ao voluntariado e vem ressaltar uma forma de estar ousada, fora do comodismo e da indiferença social no mundo de hoje. Paralelamente, também nos consciencializa para a importância de existir cada vez mais a formação e prática de valores humanos e cristãos, sendo o voluntariado uma expressão completa disso mesmo. O voluntariado é um exercício mais prático e pragmático daquilo que enquanto cristão somos convidados a praticar: a caridade.
Hoje em dia, com as exigências com que todos nós lidamos, torna-se cada vez mais difícil alcançarmos o exercício da caridade, de forma livre, espontânea e desinteressada. Por isso, no meu ponto de vista, o jubileu do voluntariado é celebrado como um dom, ao qual ninguém escapou, que geralmente está conectado com as realidades mais desfavorecidas da sociedade, que transforma sempre algo em algo melhor, que fortalece a quem o faz e é um verdadeiro motor de esperança intrínseca e coletiva.
E estar presente neste evento?
Ao longo de quase duas décadas que tenho o privilégio de acompanhar voluntários, no âmbito do Voluntariado Hospitaleiro num dos centros assistenciais do Instituto S. João de Deus e este evento é uma oportunidade de também fortalecer a esperança nesta missão e noutros desafios que eu vou encarando.
Espiritualmente será um momento de graça e de agradecimento por ter encontrado caminhos que de facto me realizam, enquanto ser humano, e que me permitem viver uma espiritualidade de uma forma mais integrada com a realidade na minha vida e nos contextos em que me insiro.
Qual o evento do calendário que mais te entusiasma?
São vários os momentos em que terei a possibilidade de participar e muito provavelmente viverei cada um deles como uma experiência única e singular. Mesmo assim, a peregrinação às Portas Santas, à de S. Pedro e à de S. João de Latrão, são de facto aqueles que aguardo com mais expectativa, pois são os acontecimentos que melhor expressam o Jubileu.
Qual o papel dos voluntários no ISJD?
Nos diversos livros das obras de S. João de Deus o voluntariado é, desde sempre, mencionado como uma força para levar a cabo os trabalhos assistenciais que os Centros asseguraram. Atendendo à circunstância geográfica ou contextos assistenciais, a presença destes agentes é mais ou menos evidente.
Como sabemos, S. João de Deus iniciou a sua obra com a ajuda de voluntários e de muita caridade. Os Irmãos de S. João de Deus são também o exemplo e o reflexo desse voluntariado, quando decidem assumir a continuidade da obra do santo fundador até aos dias de hoje.
Atualmente, no Instituto S. João de Deus, os voluntários são considerados membros da família hospitaleira pela sua entrega comprometida, adequada e necessária à realidade assistencial. Daí que o próprio Instituto tem um modelo de gestão do voluntariado estruturado que permite o acompanhamento desde a entrada destes até ao exercício do voluntariado, promovendo a sua integração e atuação díspar da atuação dos diferentes membros das equipas que estes incorporam.
Os voluntários são uma presença que complementa e completa a Hospitalidade, pela sua ação coordenada com os demais elementos da equipa, priorizando o contato e a interação com a pessoa que cuidamos, escutando-a, proporcionando conforto, ajudando-a também a ir ao encontro daquilo que realmente é significativo para a pessoa naquele momento.
Toda esta atuação dos voluntários, seja ela na sua forma menos estruturada e espontânea, num contexto e realidade, como nos casos de início de novos projetos ou a promover a existência de novos contextos de hospitalidade, seja ela mais estruturada, na complementaridade da atuação dos profissionais na prestação de um serviço de assistência, o seu papel é implicante, cheio de sentido e significado para os diversos centros assistenciais.
