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Comunicar a Esperança e a Paz deve ser uma preocupação constante
24 de Janeiro de 2025
Entrevistámos o Ir. Luiz Vieira da Silva, Diretor da Revista Hospitalidade, que nos oferece a sua visão sobre o Jubileu de 2025, com especial destaque para o Jubileu do Mundo das Comunicações. Num mundo onde comunicar bem é cada vez mais crucial, o Ir. Luiz reflete sobre os desafios e a importância de transmitir esperança, verdade e solidariedade através da missão hospitaleira. Uma conversa breve, mas inspiradora, que nos convida a valorizar o poder da comunicação no serviço aos outros.
Pode começar por nos falar um pouco do Jubileu de 2025?
“Peregrinos de Esperança” é o tema do Ano Jubilar convocado pelo Papa Francisco, que teve início a 24 de dezembro de 2024, com a abertura da Porta Santa na Basílica de S. Pedro, em Roma.
O Papa Francisco desafia-nos a viver este Jubileu como um “itinerário de esperança” perante um mundo marcado por guerras, conflitos, desigualdades, agressividade e incertezas. Muitas destas dificuldades têm a sua raiz no orgulho humano, que conduz à destruição do ambiente e à desumanização da sociedade.
O tema jubilar convida-nos a caminhar como uma Igreja esperançosa, confiantes de que a luz de Cristo nos guiará e transformará a humanidade.
Nos tempos atuais, é oportuno recordar as palavras do Papa Paulo VI, proferidas em Fátima, em 1967: “Homens, sede Homens”. Se todos compreendessem o profundo significado desta mensagem, viveríamos numa sociedade mais solidária, fraterna e humana, onde todas as vozes seriam escutadas. Contudo, em tantos lugares do mundo, estas vozes continuam a ser ignoradas, num mundo que precisa de acolher e não rejeitar.
Qual a importância do Jubileu para a Igreja e para o mundo?
O Jubileu é um convite universal, abrangente e destinado a todos. Ao proclamá-lo, o Papa Francisco destacou que o seu significado transcende a dimensão religiosa, propondo um renascimento ético, moral, social e cultural. Este renascimento visa curar feridas causadas pela violência, superar desigualdades económicas e discriminações, reforçar a confiança coletiva e promover processos de crescimento humano integral, com atenção especial aos mais vulneráveis.
A pandemia de Covid-19 expôs a fragilidade global e trouxe consigo um profundo desânimo. Por isso, o tema “Peregrinos da Esperança” reflete a urgência de enfrentar este estado de espírito, ajudando o mundo a reencontrar confiança e renovação.
O logótipo do Jubileu, com quatro figuras estilizadas que se abraçam, simboliza a união solidária e fraterna dos povos dos quatro cantos do mundo. A mensagem é clara: mesmo perante as tempestades da vida, é sempre possível navegar, guiados pela esperança e pela unidade.
Enquanto instituição religiosa, como podemos comunicar a esperança e a paz de forma eficaz?
Comunicar a esperança e a paz deve ser uma preocupação constante, enraizada na nossa missão hospitaleira. Somos chamados a ser mensageiros de esperança, transmitindo coragem, conforto e apoio às pessoas que enfrentam momentos de medo, angústia ou desespero. Nas nossas unidades assistenciais, acompanhamos não só os doentes, mas também as suas famílias, promovendo uma peregrinação de vida que seja vivida com dignidade e acompanhada com atenção.
Devemos comunicar a verdade com sinceridade e coragem. A comunicação autêntica é um dom valioso, mas muitas vezes subestimado ou rejeitado. Cabe-nos utilizá-lo para inspirar, unir e trazer esperança.
Para si, qual é o evento jubilar mais importante?
Todos os eventos jubilares são importantes, pois destinam-se a todos, sem exclusões, e refletem a universalidade da mensagem do Jubileu. Desde o Jubileu da Comunicação ao Jubileu dos Reclusos, cada celebração tem o seu propósito e impacto, mostrando que todos são convidados a participar nesta jornada de renovação.
O Jubileu da Comunicação, que inaugura o ciclo de celebrações, sublinha a importância de comunicar de forma responsável e rigorosa. Vivemos numa era em que comunicar é mais fácil do que nunca, mas a qualidade da comunicação nem sempre acompanha essa facilidade. A má comunicação pode causar danos irreparáveis, enquanto uma comunicação bem feita tem o poder de construir pontes e promover a verdade.
Desde o nascimento, comunicamos através do choro, do olhar e do toque, e mesmo no final da vida, o silêncio torna-se uma forma de expressão.
O Jubileu da Comunicação reconhece e valoriza o trabalho dos profissionais desta área, motivando-os a continuar a sua missão de transmitir sinais de esperança com rigor, isenção e profissionalismo.