*Chamada para rede fixa nacional.
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A participação como pilar para o desenvolvimento pessoal
30 de Janeiro de 2025
No Dia Nacional da Participação, destacamos a importância do envolvimento ativo na comunidade como fator essencial para o bem-estar e a inclusão.
As atividades diárias são um pilar fundamental na promoção da autonomia e da qualidade de vida dos utentes. Neste contexto, partilhamos os testemunhos de Roberto Conceição e Paulo Aguiar, Utentes da Casa de Saúde S. João de Deus - Funchal, que refletem o impacto positivo da participação nas suas rotinas e no seu desenvolvimento pessoal.
Roberto Conceição
O que sente quando participa nas atividades da instituição?
Sinto que tenho liberdade de expressão e que vivemos num Estado Democrático, o que é muito positivo. É bom sentir que posso ter alguma transcendência no que respeita aos livros. Já publiquei 15 livros, fiz uma exposição na Casa da Luz, no Museu da Eletricidade da Madeira e outra no Museu Etnográfico. São atividades que me deram muita satisfação e das quais me orgulho muito.
Além disso, temos atividades funcionais que fazem parte das nossas tarefas diárias. Estas atividades como arrumar, limpar e outras responsabilidades que nos são incumbidas, ajudam-nos a criar disciplina e servem como uma ponte para a nossa reinserção na sociedade.
E qual foi a atividade que mais o marcou aqui e porquê?
A atividade que mais o marcou foi a exposição dos meus quadros na Casa da Luz.
Acredita que estas atividades potenciam as amizades entre os colegas?
Sim, não só fortalecem as amizades, porque somos quase como uma família, como também contribuem para o nosso empoderamento e crescimento pessoal. Permitem-nos desenvolver o trabalho em equipa e ganhar confiança nas nossas capacidades.
O que o motiva a participar nestas atividades?
Sinto-me muito satisfeito de poder participar nas atividades. Durante os fins de semana realizamos passeios, alguns organizados pela Casa de Saúde, como vermos as iluminações de Natal ou visitar os presépios. São atividades que me motivam e me dão bem-estar.
Existe alguma atividade que gostaria de experimentar, mas que ainda teve oportunidade?
Eu já tive oportunidade de experimentar quase tudo aquilo que gostaria. No entanto, gostava de continuar algumas atividades que por motivos de saúde, tive de interromper, mas adoraria voltar a pintar e regressar ao ginásio.
E como se sente nos dias em que não participa nas atividades?
Eu estou sempre ocupado. Estou todos os dias na biblioteca, envolvido em atividades diferentes. Esta é uma instituição de excelência e, sem ela, provavelmente, a minha vida teria tido um rumo muito diferente.
Até a própria medicação que tomo contribuiu para a minha qualidade de vida. São medicamentos caros e tê-los ao meu dispor permite-me ter um nível de vida muito melhor do que se estivesse lá fora.
Se pudesse organizar uma atividade especial para os seus colegas, qual seria?
Gostava muito de fazer uma exposição dentro da Casa de Saúde e outras no exterior. Gostava de continuar a expor os meus quadros e de trabalhar em conjunto com o meu grande amigo Coutinho, ele na fotografia e eu na pintura. Seria uma forma de manter o contato com a sociedade e dar continuidade ao nosso trabalho artístico.
No fundo continuar, não é?
Sim, continuar e potencializa tudo aquilo que já fazemos.
Paulo Aguiar
O que sente quando participa nas atividades da instituição?
Sinto-me útil e sinto-me bem. E é bom, muito bom estar com outras pessoas.
Qual foi a atividade que mais o marcou e porquê?
Não sei… Todas foram boas, mas gosto especialmente dos passeios.
Também gostei muito de quando fizemos os tapetes de flores para o “Corpo de Deus”. Gostei bastante dessa atividade porque interagi com muitas pessoas novas e outras que já conhecia. Foi uma experiência muito positiva e uma forma de conhecer melhor utentes de outras unidades e outras atividades da instituição.
Acredita que as atividades ajudam a criar amizades entre os utentes?
Sim, muito. Acabamos por nos conhecer melhor e trabalhar juntos e isso aproxima-nos.
Existe alguma atividade que gostaria de experimentar e que ainda não teve oportunidade?
Talvez caminhadas ou passeios a pé na montanha.
Como se sente nos dias em que não participa nas atividades?
Normalmente tenho sempre alguma coisa para fazer, mas, acho que se não tivesse nada para fazer ia ficar aborrecido.
Quais são as atividades que faz no seu dia a dia?
Costumo escrever, desenhar e trabalhar. Faço um pouco de tudo e agora também estou a estudar música. Também estou a estudar música agora, faço um bocadinho de tudo.
Se pudesse mudar alguma coisa nas atividades, o que mudaria?
Não, acho que não mudaria nada. Está tudo bem organizado e bem planeado.
Qual a atividade que mais contribuiu para o seu bem-estar emocional e porquê?
Acho que todas as atividades contribuem para o meu bem-estar, cada uma à sua maneira. Sejam as saídas, caminhadas ou passeios, sejam as atividades dentro da instituição onde interagimos com pessoas diferentes, todas têm um impacto positivo.
Agora que mudou de unidade, sente que evoluiu?
Sim, sinto que evoluí bastante. Tenho experiências novas e atividades diferentes, mais estímulos. Então vamos evoluindo e tendo vontade de fazer sempre mais.
Se pudesse organizar uma atividade especial os utentes da sua unidade, o que escolheria?
Organizaria uma boa caminhada. Pelas serras. Gostava de fazer um percurso espiritual no Terreiro da Luta, um passeio simples, mas muito bom de se fazer.